quinta-feira, 1 de março de 2012
Entre “Canalhas” e “Estupradores”
As vísceras expostas da política acreana
A briga entre o deputado major Rocha (PSDB), e o secretário de comunicação do governo, mostra que o principal órgão da política acreana é o fígado.
Os governistas que arrogam públicamente para si a defesa dos valores morais e éticos, nos bastidores praticam o que criticam em público. O que confirma a tese que as práticas políticas, separadas por siglas partidárias são os extremos que se tocam. O que nos leva à conclusão que esta complexa prática desafia até as leis da física.
O problema entre o secretário de comunicação do governo e o deputado tucano, começou logo que o primeiro tomou posse.
Com uma base de sustentação fraca e com baixos teores de combatividade, qualquer acusação contra o governo é superlativa.
Reforçar a defesa do governo era uma questão de prioridade absoluta e para tanto se fez necessário sacar um jornalista com extenso currículo de defesas impressas, para fazer o que toda a base aliada junta, não conseguia: conter a oposição.
Rosas, foi para o embate com Rocha após este levantar suspeitas sobre irregularidades na locação de veículos para o setor de comunicação do governo, pouco tempo depois de assumir a pasta. Rocha da tribuna da assembléia legislativa, Rosas via imprensa.
Quatro meses depois desse episódio o secretário de governo acusou um jornalista de incitar a revolta popular que levou à interdição da 4ª ponte, impedindo o acesso dos brincantes ao carnaval patrocinado com dinheiro público e informou ser o jornalista em questão, assessor do deputado Rocha. O fato de grande repercussão, por causa do uso de balas de borracha e gás lacrimogêneo contra os manifestantes, necessitou de toda a força pensante do governo para esfumar os contornos dramáticos do episódio.
Rosas, de novo teve um papel fundamental, mas foi jogado às feras. Ora, se a base não consegue defender o governo, como defenderia um secretário?
Rocha usou da prerrogativa da imunidade da tribuna para acusar de "canalhas", os que haviam afirmado que a manifestação popular não passava de uma orquestração política.
Acuado, o secretário publicou uma nota acusando o deputado de estupro de menores e tortura.
Mas, a oposição não se bate tão somente com a situação. As brigas uterinas por conta da disputa municipal envolvem a elaboração de um dossiê onde oposição ataca oposição enquanto a base aliada fareja possíveis dissidentes para cooptação, numa mistura complicada de política e adultério, literalmente.
Que pena! Merecíamos mais seriedade.
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