segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O fato e o Gato




Espetacularização e meias verdades



Palavras vazias de conteúdo elucidativo e distorção intencional características da imprensa genuflexa continuam a fazer estragos em vidas humanas no Acre e a justificar interesses políticos. Raimundo Cavalcante Pereira, foi exposto, julgado, condenado e só não apareceu na foto de um cartaz de PROCURA-SE, porque a eficiência policial marcou pontos. Rapidamente a justiça decretou a prisão preventiva do rapaz "para garantia da ordem pública e social, que foi abalada em decorrência do pânico provocado pela ocorrência”.A imprensa para mostrar serviço,  justificou: "O furto de energia é crime previsto no artigo 155 do Código  Penal Brasileiro. Diz o artigo: "Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel". E detalha o parágrafo 3º: "Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico”. A pena prevista para este crime varia de um a quatro anos de reclusão.Sim, Raimundo Cavalcante foi o homem que confessou ter feito a ligação clandestina (o gato), que vitimou o funcionário terceirizado do Deracre, Alan Felipe de Souza Marinho(19). Um jovem voluntário que entregava cestas básicas aos alagados, que resistiam em deixar suas casas.De acordo com testemunhas, Alan segurou no fio que conduzia energia para a casa de Raimundo. O que significa que os voluntários não foram orientados a tomar cuidados básicos de proteção. O que seria necessário tendo em vista os riscos e  a revolta contra o corte de energia na 06 de Agosto que já havia provocado inclusive um confronto com a polícia, dois dias antes, durante o qual os manifestantes foram rechaçados com balas de borracha e gás lacrimogêneo.Quem é Raimundo? Não se sabe! Por que ele disse que não podia ficar sem energia elétrica em casa? Ninguém explicou, ou deu chance a ele de explicar.Muitos atingidos pelas águas permaneceram em suas casas alagadas e sem luz para proteger pertences adquiridos com sacrifício ao longo da vida, porque se saíssem poderiam ser roubados como tantos. Eles não são simplesmente ranhetas.Nada disso diminui a culpa de Raimundo, na morte prematura de Alan, nem a dos interesses políticos que transformaram o primeiro num monstro e o segundo num anjo.Para os que atribuíram a interdição da ponte, via de acesso ao carnaval, à manipulação de políticos de oposição, a trágica morte do jovem Alan foi apresentada como a  vítima da orquestração política!O governo do estado publicou uma nota de pesar sobre a morte do voluntário. A oposição continua calada. A população permanece manipulada.Uma vida foi perdida, a outra estragada.Os cidadãos acreanos, sem elementos para exercer o raciocínio, continuam a ser os peões do jogo dominado pelos políticos a serviço de si próprios e do empresariado.Ao povo, uma vítima aqui, um algoz ali e o espetáculo noticioso. 
Lamentável!





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